terça-feira, 24 de maio de 2011

Paul McCartney no RJ - 22/5/11



22 de maio de 2011. Para alguns, um dia como outro qualquer. Para 45 mil pessoas, o dia mais esperado das suas vidas, a realização de um sonho: a vinda de um ex-beatle ao Rio de Janeiro, 21 anos depois. Mais do que isso, a vinda do maior ícone vivo da música à Cidade Maravilhosa.
Não foi à toa, então, que filas gigantescas foram formadas desde dias antes do espetáculo. Pessoas aguardando ansiosamente por um momento único, uma oportunidade que apenas poucos tiveram o privilégio de vivenciar ("we were only waiting for this moment to arise"), um presente de um dos garotos de Liverpool ao público brasileiro. Na fila via-se de tudo, desde crianças até senhoras, brancos e negros, homens e mulheres, 45 mil corações batendo no mesmo ritmo, exalando um amor quase nunca mais achado nos dias atuais. Meses, dias, horas de contagem regressiva, e eis que surge ele, a lenda, Paul McCartney. Seria um sonho? Uma miragem? Teremos ficado tão loucos de devoção que começamos a imaginar que realmente ele estaria ali? Não é possível! Não pode ser ele! "Boa noite, Rio de Janeiro, tudo bem??? Oi, cariocas", alguém diz. Seria ele mesmo esse alguém? Então quer dizer que o sonho não acabou? "You say yes, I say no...", de onde vem esse som? E essas lágrimas, por que estão caindo, e por que não consigo segurá-las? Quando vou perceber que tudo não passa de um sonho? Mas está tão real... Será possível? Não quero que esse sonho acabe jamais, não quero abrir meus olhos e perceber que nada disso aconteceu, que foi só mais um truque da minha mente, do meu coração. "Ah, mater, want Jet to always love me"... Eu pulo, grito, ou melhor: todos pulam, todos gritam, mas ninguém acredita no que está acontecendo.
É uma sensação estranha, as lágrimas são ao mesmo tempo de muita alegria e medo de que aquilo não seja verdade. "Close your eyes and I'll kiss you", talvez seja verdade, mas vamos esperar mais um pouco, pode ser que eu ainda acorde. "If you were here today", se você estivesse? Então você não está? Tudo rodava, a emoção era muito grande, inexplicável, impossível de ser controlada. Músicas que marcaram gerações estavam sendo cantadas ao vivo, bem na frente dos nossos olhos pelo cara que pegou o amor, a paz e a esperança e transcreveu-os em versos. Mais ainda: não satisfeito, fez disso música.E então BUM! Fogos saíam em "Live and Let Die", a plateia ia a loucura, e eu também, mas ainda assim a ficha cismava em não cair, até que... "Na na na na na na na Hey Jude", milhares de balões e "Na"s escritos em placas. Ele estava ali, era real, eu não ia acordar, PAUL McCARTNEY ESTAVA ALI, NA MINHA FRENTE! Então foi incontrolável, as lágrimas desciam em tal ritmo que me era impossível respirar, nem sabia mais como fazia. Vamos, puxe o ar e solte-o, é simples! Mas não, não dá!
O choro agora desce como resposta ao amor, à gratidão, à emoção. "It was beautiful, thank you, you are such a sensacional crowd!", acho que vou surtar, ele gostou da nossa homenagem, e eu fiz parte dela! Paul McCartney gostou de algo que eu fiz! Não queremos que esse momento acabe, até que ele diz sua última frase: "And in the end, the love you take is equal to the love you make". É o fim. O sonho acabou? Jamais! Este dia ficará para sempre na memória e no coração de todos os que o compartilharam.
Hoje fica um vazio, uma sensação de "eu podia ter aproveitado mais se minha ficha tivesse caído antes", mas, independente disso, é possível resumir a noite em 5 palavras: arrepiante, emocionante, inesquecível, perfeita e o mais importante: REAL! Valeu a pena a espera. Obrigada, Sir Paul McCartney!

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